No dia 02 de setembro começo um
novo projeto que envolve cinema e música. Cinema
Tocado é um projeto que trás ao público filmes antigos, em sua
maioria do período do cinema mudo, com a trilha sonora executada por músicos
tocando ao vivo, como ocorria na época em que foram feitos. Teremos edições mensais no
Drink Café do Humaitá e é mais uma parceria com a produtora Cavídeo do Cavi
Borges. Uma rápida apresentação aconteceu na festa de 13 anos da Cavídeo no
último dia 15 no próprio Drink Café. Na ocasião foram exibidos filmes dos
Irmãos Lumier e do diretor e ilusionista Georges Meliers. A próxima sessão terá
como tema Animações Clássicas, como filmes dos anos 40. O músico convidado será
o guitarrista e produtor Jr Tostoi.
O jardim se foi e o projeto Sextas no Jardim está temporariamente sem ter aonde plantar suas sementes. Não sou muito de números mas foram mais de 80 apresentações de dezembro de 2008 até junho de 2010. Uns duzentos músicos passaram por lá.
Enquanto esperamos um novo espaço para instalar o jardim sonoro vamos falando de música e prometo que assim que souber de novidades aviso a todos.
Ando ouvindo algumas rádios pela web e uma banda me chamou a atenção. Chama-se Plunge e vem lá de New Orleans. Com grooves que misturam funk, jazz e outros bichos e formação inusitada, o quarteto que tem Bob Moses na bateria, Avishai Cohen no baixo acústico, Marcus Rojas na tuba e Mark McGrain no trombone fez sua estréia em um disco chamado “Falling with Grace”. Esses músicos já tocaram com todo mundo, de Charles Mingus a Medeski, Martin and Wood.
No repertório do show de hoje músicas brasileiras e algumas autorais. Com ele Josue Lopes no sax, Alex Marcolini no baixo e Felipe de Souza no teclado. Até lá!
O grupo de música instrumental brasileira mostrará o repertório de composições próprias e outras composições regravadas que fazem parte do novo trabalho do quarteto, o DVD Experiência nº 12 ao vivo e do cd de mesmo nome.
A música do No Olho da Rua é levada para o olho da rua, além de suas próprias, as composições de Villa-Lobos, Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim.
O DVD Experiência nº 12 ao vivo foi lançado em 2008, gravado no Teatro Rival-Petrobras e mostra uma trajetória de toda a carreira do grupo, ao longo dos 12 anos. Tem participação especial de Carlos Malta e Guinga.
Radamés Gnattali foi um compositor singular, sua obra, de grande complexidade, reuniu matizes populares e eruditas em uma extensa e seleta série de peças para diversas formações instrumentais. Sua atuação na radio como compositor e arranjador, além de sua intensa atividade como pianista, sendo responsável por diversas formações e grupos instrumentais, somada a sua grande influência entre os músicos da época, o consagrou como uma importante referência para a musica instrumental brasileira, que ele a propunha de forma séria, porém cercada de elementos brasileiros e populares.
O contexto do Rio de Janeiro da década de 30 era também singular, a radio começava a dar seus primeiros passos e a musica popular não tinha ainda referências bem definidas, sendo o choro e o samba, gêneros ainda em formação que conviviam com a forte influência do jazz americano que se expandia pela America. Os músicos que por aqui trabalhavam viam o campo da musica profissional se expandir de forma contundente e necessitavam por isso de novas perspectivas e de referências musicais firmes que os levassem a uma posição de destaque neste novo cenário.
Foi neste contexto que nasceu a proposta do trio carioca, um dos vários grupos liderados por Gnattali que tinha sempre Luciano Perrone na Bateria, e que contava um excepcional solista ao clarinete, um dos mais requisitados da época, Luis Americano. O trio atuou durante todo o ano de 1937 em diversos programas na Rádio Nacional.Sendo os integrantes já bastante conhecidos do meio musical, o grupo foi batizado por mister Evans, diretor da gravadora RCA Victor, de Trio Carioca, inspirado no sucesso mundial do trio de Benny Goodman (clarinete), com Gene Krupa (bateria) e Teddy Wilson (piano).
Luciano Perroni conheceu Radamés Gnattali em 1929, com quem teve classes de piano e aprofundou seus conhecimentos musicais. "Foi por causa das aulas dele que eu pude tocar tímpano em um concerto sinfônico em 1932." O aprendizado seguiu evoluindo, assim como a parceira musical, tanto que anos depois Luciano tornou-se o primeiro timpanista da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC.
Perroni era enfático ao defender que os bateristas brasileiros não deveriam copiar os modelos estrangeiros e sim encontrar uma linguagem que refletisse, na bateria, a diversidade da música brasileira. "Eu nunca me preocupei em imitar o Gene Kruppa porque o que me interessava era o batuque do samba." Gene Kruppa era baterista da big band e do trio de Benny Goodman, e um dos mais famosos instrumentistas americanos da chamada era do swing - o jazz dançante das décadas de 1930 e 1940.
Luis Americano também propunha uma linguagem brasileira em seu instrumento, tanto no improviso quanto na sonoridade e trouxe isto de forma contundente a todos os trabalhos dos quais participou. Conhecido por sua grande capacidade de improvisação e interpretação que emprestava aos diversos trabalhos do quais fazia parte e que caracterizava de forma marcante sua carreira solo, Americano contribuiu de forma decisiva para a construção da sonoridade peculiar do trio.
Nas gravações do conjunto, Luis Americano se utilizava de recursos técnicos até então incomuns ao gênero, tal como um longo trinado acrescido de um frulatto na região mais aguda do instrumento, o que provocava um efeito bem interessante. Este recurso foi executado sem nenhuma intenção melódica o que nos faz pensar em uma resposta de Americano a uma sugestão particular de Gnattali, e que se enquadrou perfeitamente a sonoridade produzida. A contribuição de Perroni, igualmente inovadora, trouxe nas levadas de sua bateria, instrumento até então pouco explorado na musica brasileira, e no seu improviso a cadência do samba e do choro. Somando isto, as composições, arranjos e linhas instrumentais criadas e executadas por Gnattali, que possuíam um caráter ao mesmo tempo erudito e jazzístico, deram ao trio uma sonoridade única.
Contudo a intensa atividade profissional de seus componentes e principalmente, de seu líder e idealizador, que assumia nesta época a função de principal arranjador, compositor e regente da Radio Nacional, impediram uma maior continuidade ao trabalho do grupo, resumindo a sua produção ao ano de atuação na radio nacional e as duas gravações pela Victor, dos choros Cabuloso e Recordando ambas composições de Radamés Gnattali. Estas musicas assim como outras gravações anteriores que Gnattaliexecutou pela mesma gravadora, caracterizaram um período de experimentação importante para o autor e para a musica brasileira. São estes os únicos registros deste período inicial, antes de Gnattali assumir, como compositor de musica popular, o pseudônimo “Vero” e da musica popular, mais particularmente o choro, assumir formas mais rígidas, caracterizadas pela formação e sonoridade típicas do regional, formato até hoje utilizado e que se firmou como uma referência quase absoluta.
Nesta sexta o projeto apresenta a Edição Cine Clube com o tema Deus e o Cinema. Serão exibidos no telão os curtas de animação "DEUS É PAI" (1999) do diretorAllanSieber alem de episódios da série como "Zoando o Barraco" e "Regulando a Mesada". Para fechar a programação o curta "PAX" (2005) do diretorPaulo Munhoz. O show da noite será uma surpresa e promete acompanhar a temática do telão.
Andrea Dutra e Paulo Malagutti mostraram belas canções que se destacaram no cinema. A curadoria das imagens do telão ficaram por conta do pessoal da produtora Cavídeo. Próximas edições serão Cinema Japonês (maio) e Cinema e Futebol (junho) com shows especiais. Estamos fechando abril!
A partir de março o projeto Sextas no Jardim e a Cavídeo apresentam mensalmente o Cine Clube, edição especial do evento com shows e projeções de filmes no jardim do Cinematheque. A primeira edição, que celebra o Oscar 2010, acontece nesta sexta com show de Andrea Dutra e do pianista Paulo Malagutti e homenagem as mulheres do cinema.
A cantora Carolina Ferrer se apresenta no projeto na próxima sexta, dia 26. Carolina, radicada em Paris a alguns anos, gravou o disco Jasmim no Ar em fevereiro de 2009 e vem apresentando este trabalho em casas de shows e festivais na França. Assista aos vídeos do show no Satellit em Paris na barra lateral.
Trio apresenta composições do saxofonista Rafael Velloso e resgata arranjos de Radamés da decada de 30 para formação inusitada com bateria, sax e teclado.
O saxofonista carioca Rafael Velloso foi beber na essência do choro e nos grandes autores do estilo para conceber o primeiro trabalho solo, SAX CHORANDO (lançado em dezembro de 2006).
No novo trabalho, alem de Rafael, estão o percussionista Murilo O’Reilly e o pianista Leandro Freixo. Criado em homenagem ao Trio Carioca surgido no ano de 1936, que tinha em sua formação Luiz Americano clarinetista e saxofonista, um dos principais instrumentistas da época, Radamés Gnattali ao piano e Luciano Perrone na bateria. Inspirado pelo trio e pela música criada especialmente para o grupo por Radamés, o trio Cabuloso busca inspiração nestes grandes músicos para tocar o choro com elementos do jazz.
O vibrafonista Jacopo Bazzarri apresenta nesta sexta-feira uma mistura de jazz e música latina que trousse de Perugia, onde nasceu. O músico italiano mostra seu repertório autoral acompanhado por Bruno Aguilar no baixo, Thiago Gim na bateria e Marcello Magdaleno no violão e sax. Conheça sua música em www.myspace.com/bazzarri
Peter Rosendal trio abriu muito bem a temporada 2010 apresentando temas autorais e muito improviso ao som de um Fender Rhodes. O pianista mostrou belas composições de seu último CD "Tide". O trio está no Rio gravando duas faixas com o maestro Paulo Moura para o próximo trabalho. www.peterrosendal.dk
Composto pelo pianista Peter Rosendal, pelo baterista Janus Templeton e o baixista Morten Ankerfeldt, o trio dinamarquês de Jazz faz turnê pela terceira vez no Rio. Além de gravar no momento com o maestro Paulo Moura, o trio já tocou com Roberthino Silva, Jesper Thilo, Leroy Jones, Charles Tolliver, Lillian Boutté; Thomas Fryland, Cecil McBee e Sine Eeg.
O pianista Peter Rosendal recebeu também os premios de "compositor do ano" e "disco do ano de 2008" da Danish Music Society.
Os músicos Marco Rafael e Tom Ashe foram roubados em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Levaram seus instrumentos, um trombone YAMAHA YSL-354, dourado, num soft case cinza, contendo um bocal SCHILKE 47B e um trompete YAMAHA YTR-2320, dourado. Que souber informe!
Programação de junho
04 - Edição Cine Clube - Cinema e Futebol - Show com Canal 100 11 - Di Steffano Trio 18 - Dois Braços e uma Bateria 25 - Berval Moraes Trio
